Conheci Roberto Medina por um convite de amizade no Facebook. Diretamente ligado ao grupo de estudos professora Leny da Silva Gomes, ele apresentou-se como um estudioso de Osman Lins e assim começamos nossas conversas. Na primeira oportunidade de nos encontramos em um evento na UnB, eu não pude comparecer, mas ele acabou me enviando seu livro Pedrarías. Já em outubro deste ano, nos encontramos na USP e a conversa foi produtiva e agradável.
Contudo, a melhor forma de conhecê-lo foi através de seus poemas. O livro tem um projeto gráfico simples e uma boa diagramação, aspectos que conferem ao conjunto uma elegância visual. Ademais, os diálogos estabelecidos com Padre Antônio Vieira, Manuel Bandeira, Manoel de Barros, Drummond, Cassiano Ricardo e outros evidenciam que Roberto Medina além de ser um criador de versos, não se esconde como um leitor de versos, transformando o que é alheio em algo particular.
Nesse sentido, uma epígrafe de A educação pela pedra, de João Cabral de Melo Neto (as palavras de pedra ulceram a boca/ e no idioma pedra se fala doloroso) sugere o título da obra, mas também oculta significados a partir da oposição que se constrói em relação a uma epígrafe de Guimarães Rosa e outra de Antonio Cícero.
Pedra, pedrarías e Pedro, uma espécie de personagem/ser que perpassa vários poemas, dando unidade e essência ao lirismo presente na obra.